segunda-feira, 28 de julho de 2008

Os Montanheiros, o peixe, a bicicleta e eu



O recente convite de "Os Montanheiros"/Ecoteca do Pico ao economista João César das Neves para proferir a palestra "Potencialidades e Limitações do Desenvolvimento Regional", no âmbito das festas de Santa Maria Madalena, causou-me alguma estranheza em virtude daquela associação, para além de ter o grosso da sua actividade ligada à exploração turística de cavidades naturais e aos desportos "radicais", apresentar na sua acção um forte carácter conservacionista.

Tratando-se de quem é, não estando em causa o currículo académico do palestrante, estou em crer que os assistentes não tiveram a oportunidade de ouvir falar sobre um novo sistema económico que, ao ocntrário do actual, não transfira riqueza dos pobres para os ricos, dos países do chamado terceiro mundo para os mais desenvolvidos e que não continue a destruição do ambiente. Pelo contrário, terão ouvido mais do mesmo.

Ao conservacionismo dos Montanheiros, agora há que acrescentar o conservadorismo.

A partir de agora, como o precendente está aberto, desafio os Amigos dos Açores ou outros, a convidar o professor Marcelo para falar sobre o sentido do sagrado nas touradas à corda em São Miguel. Trata-se de ambiente, em sentido lato, claro!

Conhecendo como conheço "Os Montanheiros", desde 1980, cada vez estou mais convicto que a sua importância, para a construção nos Açores de uma sociedade ambientalmente e socialmente mais equilibrada, é idêntica à da importância que uma bicicleta tem para para um peixe.