domingo, 16 de novembro de 2008

Terra Livre/Caes no contexto do Associativismo Ambiental nos Açores


Nos Açores, o movimento ambientalista está a passar por uma fase de menor combatividade. Com efeito, embora nunca tenha sido um movimento forte, nos últimos anos, devido à contínua perda de capacidade de mobilização dos cidadãos e das cidadãs e ao desgaste dos membros dos órgãos dirigentes das principais associações, o seu peso, quer em termos de capacidade de sensibilização/educação, quer em termos de protesto ambiental é muito reduzido.
Fazendo uma breve análise, ainda que superficial, à actividade, nos últimos anos, das principais associações, como os Amigos dos Açores, os Montanheiros, a Azórica e Gê-Questa e a Quercus- São Miguel, verifica-se o seguinte:
1- A Quercus- São Miguel esteve quase sempre dependente da disponibilidade do seu principal dirigente que faleceu recentemente.
2- A Azórica que mantém a mesma liderança há longos anos, tem uma actividade bastante reduzida, muito longe dos primeiros tempos áureos.
3- A Gê- Questa, a associação onde tem havido maior renovação dos seus principais dirigentes, depois de uma fase inicial mediática, tem, hoje, uma actividade irregular.
4- Os Montanheiros, associação onde não tem havido renovação dos principais dirigentes, tem maioritariamente a sua actividade centrada no desporto de ar livre e na gestão turística de cavidades vulcânicas.
5- A associação Amigos dos Açores, cujos órgãos sociais foram recentemente renovados, tem tido uma actividade relevante, não só em termos de sensibilização/formação, mas também de denúncia de atentados ambientais. A continuar assim, diríamos mesmo que está mais activa do que nos últimos anos.

A institucionalização das ONGAS, levou a que algumas delas tenham assumido papéis que deveriam caber à administração pública, como a gestão financeira de projectos da iniciativa do governo.
É neste contexto, que surge o Blog Terra Livre cuja finalidade é promover a criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.

(Texto colectivo)