sexta-feira, 10 de abril de 2009

Picar ou não Picar, eis a Questão


Marcha atrás

Não me apetece falar de novo no assalto do betão a S. Miguel até porque as minhas tropas estão em desvantagem numérica em relação às forças do inimigo e não estou disposto a submeter os meus efectivos a uma chacina. Não me sinto, porém, cobarde. Vou apenas bater em retirada para, com os meus generais, esboçar nova táctica de ataque.
O sr. Paulo Estevão, deputado do Partido Popular Monárquico é um camelo ou, mais polidamente, um mamífero que vive em zonas desérticas. Não digo isso com qualquer animosidade. Eu explico: o sr. PE defende a introdução(ou reintrodução) da sorte de varas nas corridas tauromáquicas. E está disposto a viver no deserto de gente que partilha a mesma opinião (meia dúzia de pessoas com motivações que vão desde o saudosismo até à ambição económica) com pouca água para levar ao seu moinho, mesmo assim água suficiente com que acredita matar a sua sede e ainda criar um oásis onde andam todos de varinha pontiaguda a picar alegremente uns quantos touros.
Tem todo o direito em defender como pessoa, a sorte de varas. Pode igualmente defender os seus ideais e o seu partido… ah, sobretudo o seu partido. Como deputado, representante da ilha do Corvo é que não me parece que essa seja uma questão importante. Compreendo que na sua ânsia de notoriedade, lhe interesse mostrar trabalho. É realmente uma trabalheira andar em marcha atrás. Retomar a monarquia, revitalizar as touradas… Pode haver um problema na transmissão do seu carrinho que o leve a engrenar apenas em recuo. Eu ajudava-o mas não sou a pessoa mais indicada. Dava-lhe cabo do pópó enquanto o diabo esfregava um olho.

Mário Roberto
Crónicas do Aquém
Açoriano Oriental

(Extraído do Blogue Entramula)

Imagem extraída daqui.