terça-feira, 31 de maio de 2011

Açores: Agricultores biológicos da Terceira contra milho geneticamente modificado



Angra do Heroísmo, 31 mai (Lusa)

Os produtores da Terceira, Açores, estão "preocupados" com as experiências que, alegadamente, estão a decorrer em duas explorações desta ilha para a produção de milho geneticamente modificado, afirmou hoje à Lusa um especialista local em agricultura biológica.
“Suspeitamos de que duas explorações agrícolas do norte da ilha Terceira foram seduzidas para uma experiência que condenamos, uma vez que o nosso objetivo é os Açores serem uma região livre de organismos geneticamente modificados”, frisou Avelino Ormonde, produtor biológico há 13 anos e formador sobre agricultura biológica.
Na sequência desta preocupação, está marcada para o final do dia de hoje uma reunião de vários produtores de agropecuária, hortofrutifloricultura e mel, durante a qual será discutida a eventual adoção de “ações que não levantem confrontações, mas eliminem o problema”.
“A tentativa de fazer a experiência terá começado na ilha Graciosa mas, como é um meio muito pequeno e reserva da Biosfera, voltaram-se para a Terceira”, afirmou Avelino Ormonde.
A preocupação dos produtores da Terceira surge numa altura em que decorre na Internet uma petição que visa proibir o uso de organismos genticamente modificados nos Açores.
Os promotores salientam que o arquipélago se destaca pela singularidade no que respeita às práticas da actividade agrícola, caracterizadas por uma associação com os valores naturais e agro-ambientais.
Nesse sentido, salientam que as ilhas açorianas são uma zona rica em agricultura tradicional, onde se destacam pela qualidade produtos regionais certificados como a meloa de Santa Maria, o ananás de S. Miguel, o alho da Graciosa, as laranjas da Terceira ou os vinhos do Pico.
As produções de milho geneticamente modificado que estarão em experiência na Terceira, segundo Avelino Ormonde, “contêm o BT-Bacillus Turigensis, que é usado como inseticida por muitos agricultores biológicos, por ser muito ácido e seletivo para combater as lagartas”.
Avelino Ormonde recordou que “nos EUA foram feitos testes em plantações de algodão e, ao fim de 10 anos, apareceram bolinhas amarelas e alaranjadas no solo, que se provou serem concentrações de bacilos BT”.
“Até que se prove que os organismos geneticamente modificados são inócuos, queremos que os Açores sejam livres, para garantir produtos com marcas saudáveis e, por isso, o objetivo é não permitir a sua utilização nas ilhas”, frisou.

Lusa/fim

Assine a petição pelos Açores livres de OGM aqui: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N9685

segunda-feira, 30 de maio de 2011

domingo, 29 de maio de 2011

29 de Maio Dia Nacional da Energia



No dia Nacional da Energia, apenas há a registar a morte anunciada da Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma dos Açores, criada com fundos da Comunidade Europeia.

Um dia saber-se-á o nome de quem a foi enterrando em vida e de quem disparou o tiro fatal.

Que descande em paz!

sábado, 28 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Condecoração de Veríssimo Borges: Justiça e hipocrisia



No próximo dia 13 de Junho, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores vai condecorar algumas pessoas e instituições. Entre elas, consta Veríssimo Borges, antigo dirigente da Quercus, dinamizador do SOS-Lagoas e membro dos Amigos dos Açores.
Como o espaço que me é concedido pelo Correio dos Açores não permite elaborar um texto onde possa registar tudo o que é do meu conhecimento da actividade do Veríssimo em prol de uns Açores mais solidários e ecologicamente sustentáveis, deixo aqui apenas alguns apontamentos.
A militância ambientalista do Veríssimo terá começado quase em simultâneo com a sua adesão aos Amigos dos Açores, em Junho de 1993, onde chegou a estar presente em reuniões da direcção como convidado, e com o surgimento do movimento SOS- Lagoas, que surgiu com o objectivo de alertar a opinião pública para o estado de degradação das Lagoas dos Açores, nomeadamente da Lagoa das Furnas. As acções do SOS- Lagoas foram esporádicas no tempo (92-94 e 99), sendo, curiosamente, os pontos mais altos coincidentes com as visitas dos Presidentes da República (Mário Soares e Jorge Sampaio) aos Açores.
A criação do Núcleo de São Miguel da Quercus, terá ocorrido em 1994, por iniciativa da Direcção Nacional daquela associação. Com efeito, o presidente dos Amigos dos Açores, foi contactado por Viriato Soromenho Marques que propôs a transformação daquela associação regional em núcleo da Quercus, sugestão que chegou a ser discutida e que foi rejeitada. Aquando da presidência aberta de Mário Soares sobre ambiente, durante um jantar nas Furnas, que contou com a presença do presidente nacional da Quercus, Teófilo Braga voltou a afirmar a sua não intenção de dirigir o núcleo dos Açores da Quercus e na altura apresentou, a Viriato Soromenho Marques, Veríssimo Borges, mencionando que seria a pessoa ideal para liderar a Quercus na Região.
Desde que conheci o Veríssimo mantive com ele um contacto regular. Com efeito, desde então trocávamos opiniões sobre os mais diversos temas e tínhamos um “acordo tácito”, isto é a Quercus ficava com os temas resíduos e lagoas enquanto a temática das áreas protegidas e a da educação ambiental ficavam sob a alçada dos Amigos dos Açores, o que não impedia que qualquer associação se pronunciasse sobre qualquer assunto desde que o achasse por bem.
O Veríssimo nunca se deixou embalar pelo canto daqueles que achavam que era importante a criação, nos Açores, de uma Federação Regional de Associações Ambientalistas e da Defesa do Património, apesar das várias tentativas que terão sido “induzidas” pelo próprio Governo Regional. Sendo duvidosas ou limitadas as vantagens da existência de uma Federação, a grande desvantagem seria o completo controlo por parte do estado que teria como interlocutor apenas uma voz cuja existência só seria possível com o apoio daquele, já que as diversas associações existentes debatiam-se e debatem-se com falta de recursos e com diminuta capacidade organizativa.
As grandes batalhas do Veríssimo foram a defesa das lagoas e a implementação de um sistema de gestão de resíduos sólidos que tivesse em conta a política dos três R (Reduzir, Recuperar e Reciclar). Se a primeira ainda não está ganha, a segunda parece-nos perdida. Assim, considero que, em lugar da sociedade sustentável que ele defendia, com as políticas que continuam a ser implementadas está a ser construída uma sociedade insuportável. Daí que, se considero mais do que justa a condecoração que ele vai receber, também considero revoltante assistir a esta homenagem no momento em que a Região se prepara para implementar o projecto que ele mais combatia: a incineração de resíduos sólidos urbanos.

Autor: Teófilo Braga

25 de Maio de 2011

Fonte: Correio dos Açores

sábado, 21 de maio de 2011

A Incineração não é energia renovável

 

A incineração agrava a mudança climática


As emissões da incineração não se devem comparar com aterros sanitários de dez anos atrás mas sim com as emissões da reciclagem, da reutilização, da compostagem ou da redução de residuos.

Joan Marc Simón



Europa / Ecologia – O que é melhor para o meio ambiente, as emissões resultantes da produção de um produto ou as emissões resultantes da produção do mesmo produto duas vezes? A resposta desta simples pergunta nos permite entender por que a incineração agrava a mudança climática: é impossível lutar contra o aquecimento global , queimando um resíduo que poderia ser reciclado ou reutilizado, pela simples razão de que se deve adicionar as emissões resultantes de produzir o produto de novo (extração, produção, transporte, etc...) às emissões da queima.

Na atualidade, estima-se que a porcentagem reciclável, reutilizável ou compostável se situa entre um 60% e um 90% dos resíduos totais. Em Flandes, Bélgica, reciclam um 75% dos resíduos. Se na Espanha (cuja porcentagem de reciclado se situa em torno a 30%) houvesse a vontade política de chegar a porcentagens similares, o debate sobre a necessidade de incineração ficaria automaticamente obsoleto. 25% dos resíduos restantes podem ser estabilizados biologicamente (obtendo energia no processo) e ser enviados ao aterro enquanto se desenvolvem estratégias para reduzir paulatinamente a fração residual.

O debate sobre a incineração e a mudança climática só favorece à indústria incineradora , prejudicando o erário público, os cidadãos, as gerações futuras e o clima. A indústria incineradora se empenha em comparar a incineração com os aterros de dez anos atrás, onde a matéria putrescible apodrecia sem controle, emitindo metano (bem mais prejudicial que o CO2).

Este cenário já não é válido, pois a diretoria dos aterros (99/31/CE) encarregou-se de reduzir a matéria orgânica nos mesmos. Além disso, quando a indústria incineradora publica suas emissões deduz um 60% [1] do carbono emitido por ele ser biogênico (por exemplo, o que contém a matéria orgânica dos resíduos). Este fato "esconde" 60% das emissões e não considera que quando há uma boa separação da matéria orgânica e o papel se recicla, a parte biogênica se reduz consideravelmente. A própria indústria incineradora admite que, hoje, depois da coleta seletiva, a porcentagem de carvão biogênico representaria entre um 35% e um 48%. Este "matiz" faz com que as emissões de uma incineradora igualem às de uma planta de gás. Se incluíssemos todo o carbono biogênico na equação (tal e como exigem os cientistas do IPCC quando se comparam fontes de energia) veríamos como as emissões das incineradoras superam as de uma usina de energia que utiliza carvão [2].

Mas mesmo que fosse verdadeira a presença de um 60% de carvão biogênico nos resíduos, continua sendo um erro considerar estas emissões como neutrais, sob o ponto de vista do CO2, pois se a fração biogênica (sobretudo orgânica e papel) se compostasse, primeiro retirando energia com digestão anaeróbica e depois devolvendo o composto à terra, poderíamos ganhar um tempo precioso na luta contra a mudança climática. O que nos interessa é reduzir as emissões de CO2 o mais rapidamente possível, enquanto descarbonizamos nosso estilo de vida para atrasar a elevação da temperatura da Terra. Se o resíduo se queima, todo o carbono é levado diretamente à atmosfera; com a compostagem consegue-se atrasar este processo "seqüestrando-o" durante bons anos. Além disso, devolver o carbono à terra ajuda a lutar contra a desertificação num país como a Espanha, onde os solos são paupérrimos em matéria orgânica. Não esqueçamos que o desflorestamento é responsável por um 25% da mudança climática.

É surpreendente que alguns Estados como a Espanha dêem primas às incineradoras por sua produção de "energia renovável". Quando o que fazem é queimar resíduos que poderiam ser reciclados ou compostados (estima-se que um mínimo do 50% dos resíduos queimados ou enterrados na União Européia são recicláveis [3]) com a conseguiente economia energética e de recursos, assim como o melhor efeito sobre o meio ambiente que significa a reciclagem.

As emissões da incineração não devem ser comparadas com os aterros de dez anos atrás, senão com as emissões da reciclagem, reutilização, compostagem ou da redução de resíduos. Além disso, no século XXI deve-se promover formas eficientes para gerar energia; uma incineradora tem uma eficiência energética de 30% diante dos 80% da energia solar [4]. Por outro lado, as incineradoras são uma forma de incentivar a geração de resíduos, algo insustentável num mundo com recursos finitos e no qual tanto a UE como o Estado espanhol afirmam querer desacoplar o crescimento econômico da geração de resíduos. Finalmente, o objetivo de querer vender a queima de resíduos como benéfica para o meio ambiente está baseado exclusivamente em interesses empresariais e não de luta contra a mudança climática ou a favor de uma sociedade mais sustentável. É de vital importância que as autoridades deixem de cair continuamente em operações tão claras de greenwashing (lavado verde). A incineração contribui direta e indiretamente à mudança climática.

[1] "Waste-to-Energy and the revision of the waste framework directive" CEWEP, by Kees Wielenga Fact. (February 2008).

[2] "A Changing Climate for Energy from Waste?", EUNOMIA, Dominic Hogg, March 6, 2006.



[3] http://www.foe.co.uk/resource/reports/gone_to_waste.pdf

[4] Murphy, J.D. and E. McKeogh (2004) "Technical Economic and environmental analysis of energy production from municipal solid waste", Renewable Energy 29 (7): 1043-1057.

_______________

Joan Marc Simón é coordenador de GAIA (Global Alliance for Incineration Alternatives) na Europa. Publicado em www.sinpermiso.info

FONTE: http://www.miradaglobal.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1286%3Ala-incineracion-agrava-el-cambio-climatico&catid=32%3Aecologia&Itemid=36&lang=pt




quinta-feira, 19 de maio de 2011

Diz não às touradas


terça-feira, 17 de maio de 2011

Visita à Quinta da Torre, 15 de Maio de 2011



No passado dia 15 de Maio realizou-se uma visita à Quinta da Torre, localizada nas Capelas, ilha de São Miguel, que contou com a presença de 16 pessoas que de uma forma ou de outra têm interesse pelos temas ligados à agricultura. Entre os presentes estavam técnicos agrícolas, pessoas que cultivam pequenos pedaços de terra ou os seus quintais e consumidores de produtos biológicos.

Tendo em conta que na visita anterior, realizada a 6 de Julho de 2008, o número de participantes foi de oito pessoas, podemos concluir que o interesse por conhecer a realidade do modo de produção biológico é crescente entre nós.

Em nome do grupo de visitantes e em meu nome, publicamente, venho agradecer ao Pedro Pacheco pelo modo como sempre nos acolhe.

T.B.

domingo, 15 de maio de 2011

Incineração? Não e sim.


Na ilha de São Miguel: Queima de lixo cria central de 6 Megawatts, diz o Governo
13 Maio 2011 [Regional]

O secretário regional do Ambiente afirmou ontem que os Açores vão “eliminar os aterros sanitários e construir estruturas de queima de resíduos para produzir energia eléctrica”, reduzindo a importação de fuel para as centrais de abastecimento de electricidade.
“Queremos reduzir a importação de fuel”, frisou Álamo Meneses, acrescentando que “a energia produzida pela valorização energética da queima de resíduos ricos em carbono será injectada na rede pública, estimando-se que na ilha de S. Miguel possa atingir seis megawatts”.
O secretário regional falava à margem da reunião do Conselho Regional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, que decorreu ontem em Angra do Heroísmo, onde está a ser analisada esta questão.
Segundo Álamo Meneses, nas ilhas Terceira e S. Miguel ficarão instalados os dois centros de tratamento de resíduos, enquanto as restantes ilhas do arquipélago serão dotadas de centros de processamento de resíduos.
Os resíduos serão separados por tipologias, sendo os orgânicos tratados nas próprias ilhas, enquanto os recicláveis e os não recicláveis serão exportados.
“Este investimento global ainda não tem um valor apurado mas estima-se que venha a custar mais de uma centena de milhares de euros”, disse Álamo Meneses.
Fonte Correio dos Açores

Em 2004 a Secretaria do Ambiente chumba incineração, em 2011 promove-a. Antes era prejudicial à saúde hoje contribui para a sua melhoria?

Não há pachorra para aturar esta gente.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A Gestão de Resíduos na Ribeira Grande


11 de Maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Açores livres de OGM


Petição Pela proibição do cultivo de variedades de organismos geneticamente modificados (OGM) na Região Autónoma dos Açores Para:Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, (ALRAA) Sua Excelência Presidente do Governo Regional dos AçoresSua Excelência Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA)
Sua Excelência Presidente do Governo Regional dos Açores

Suas Excelências Presidentes dos Grupos Parlamentares à ALRAA


Sérgio Diogo dos Santos Caetano, com o número de identificação civil 11454322, Presidente da Direcção dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica, com morada em Avenida da Paz, 14, 9580-053 Pico da Pedra e Orlando Manuel Labrusco Félix Guerreiro, com o número de identificação civil 11061433, Presidente da Direcção da Gê-Questa – Associação de Defesa do Ambiente, com morada em Ao Forte Grande de São Mateus da Calheta, 9700-702 Angra do Heroísmo, respectivamente primeiro e segundo signatário da presente Petição, vem, conjuntamente com os abaixo-assinados, solicitar a V. Exa. que dê provimento à mesma, nos termos e fundamentos apresentados.


Considerando que os Açores primam pela sua singularidade no contexto nacional e internacional no que respeita às práticas da actividade agrícola, caracterizadas por uma associação com os valores naturais e agro-ambientais.

Considerando que o arquipélago dos Açores dado às suas características edafoclimáticas - solos férteis, chuvas frequentes e clima ameno - se revela uma zona rica em agricultura tradicional, onde incluso se destaca pela qualidade dos produtos regionais certificados, servindo de exemplo a Meloa de Santa Maria, o ananás de São Miguel, o alho da Graciosa, as laranjas da Terceira ou os vinhos do Pico.

Considerando que as sementeiras convencionais utilizadas na agricultura tradicional, constituem uma herança genética de valor intrínseco incalculável que cabe a todos nós preservar para as gerações vindouras.

Considerando que a introdução e o cultivo de organismos geneticamente modificados são frequentemente contestados como colocando sérias ameaças para a saúde pública, o ambiente e o desenvolvimento da agricultura tradicional.

Considerando a falta de estudos científicos por parte de entidades de reconhecida competência técnica que comprovem a não existência de riscos para a saúde pública relativamente ao cultivo e consumo de organismos geneticamente modificados.

Considerando que o cultivo de organismos geneticamente modificados está baseado num modelo de agricultura intensiva com forte recurso a produtos agro-químicos, de fabrico exterior à região, cujo uso frequente constitui uma séria agressão ao ambiente.

Considerando que tanto o tipo de agricultura de produção massiva à qual os OGM estão intimamente associados como a coexistência de cultivos convencionais em simultâneo com cultivos contendo OGM colocam em causa as tradições agrícolas locais regionais, bem como o facto de sujeitarem as variedades de cariz local a uma contaminação genética irreversível, levando a que as variedades tradicionais acabem por converter-se também em transgénicas.

Considerando tratar-se de numa região que se faz enaltecer por um turismo de natureza não se podem assumir atitudes susceptíveis de hipotecar a sensível e característica biodiversidade arquipelágica.

Assim, atendendo ao Principio da Precaução, os signatários da presente petição solicitam:

- A proibição da introdução no Arquipélago dos Açores de variedades vegetais geneticamente modificadas.

- A proibição da introdução na região de material de propagação (vegetativo ou seminal) que contenha organismos geneticamente modificados, mesmo quando destinados à sua utilização em campos de carácter experimental.

- A definição de um regime contra-ordenacional e de sanções acessórias, tais como a interdição do exercício da actividade principal, para as infracções associadas a estas proibições.

- A declaração da Região Autónoma dos Açores zona livre de cultivo de variedades de organismos geneticamente modificados.

Assine aqui.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Falta de cultura cívica é responsável pela pouca participação social e política dos açorianos


Ecologista Teófilo Braga defendeu mestrado na Universidade dos Açores: Falta de cultura cívica é responsável pela pouca participação social e política dos açorianos


A debilidade do sistema político e a falta de disponibilidade pessoal surgem em segundo e terceiro lugares entre as razões apontadas para o afastamento dos açorianos dos movimentos cívicos e da participação na política do arquipélago.

A ‘falta de cultura cívica’ é a principal razão da baixa participação social e política da esmagadora maioria dos açorianos, além da ‘debilidade do sistema político’ e da falta de disponibilidade pessoal. Esta é uma das conclusões do mestrado em ‘Educação Ambiental – Associativismo, participação e Consciência Ambiental’ defendida por Teófilo José Soares Braga na Universidade dos Açores.
Este trabalho, do conhecido ecologista açoriano Teófilo Braga – colaborador permanente do ‘Correio dos Açores’ - teve por objectivo principal tentar compreender melhor a participação social e política, as atitudes e os comportamentos ambientais de dois grupos de açorianos, os que pertencem e os que não são membros de uma OEA- Organização Ambiental, Ecologista ou Associação de Protecção de Animais e do Património.
Há muitos pontos comuns entre os membros e não membros de uma organização ecologista no que diz respeito às diversas formas de participação na vida social e política dos Açores. Com efeito, embora a participação dos que estão na organização ambiental seja globalmente maior, com excepção do recurso à greve, as formas de participação mais assumidas são passivas, isto é: Votar em eleições, manter-se informado sobre questões sociais e políticas e subscrever abaixo-assinados. Entre as participações menos práticas estão a pertença a um partido político e contactar jornais, rádios ou televisões para dar a sua opinião, fazer reclamações e denúncias.
Fica claro no mestrado de Teófilo Braga que a pertença a uma organização ecologista é um factor de diferenciação relativamente às formas de participar na vida social e política. Ficou demonstrado que “é mais frequente encontrar entre os membros de uma organização ecologista quem faça donativos a instituições, pertença a associações profissionais, participe em discussões públicas, se mantenha informado sobre questões sociais e políticas, contacte instituições ou serviços, contacte jornais, rádios ou televisões, pertença a um sindicato, pertença a associações cívicas, subscreva abaixo-assinados e vote em eleições”.
Para a sua concretização do estudo, foi elaborado um inquérito por questionário constituído por três partes: Na primeira, procurou-se conhecer melhor a participação política e social; na segunda, as atitudes e práticas ambientais; e, na terceira, as características sócio-demográficas e os posicionamentos sociais. O questionário foi respondido por 113 membros de uma Organização Ambiental Ecologista e 117 não membros e leva a alguns conclusões que se podem generalizar à sociedade açoriana.
Em geral, verificou-se que a pertença ou não a uma Organização Ambiental Ecologista nos Açores é um factor diferenciador da participação cívica, das atitudes e dos comportamentos dos cidadãos. Isto é, esta tese de mestrado de Teófilo Braga leva à conclusão de que a pertença a uma organização ambiental está relacionada com uma maior participação e com atitudes e comportamentos pro-ambientais.
Ao nível do voluntariado ambiental a principal razão apontada pelos inquiridos para ser voluntário foi a auto-realização; a segunda, o impacto social; a terceira a solidariedade e em último lugar as experiências em grupo.
O mestrado define o perfil dos açorianos que mais participam na vida social e política e os que mais apresentam atitudes e comportamentos pro-ambientais: Eles têm idade igual ou superior a 30 anos. São homens, casados ou que vivem em união de facto. Têm como grau de escolaridade o ensino superior, exercem a profissão a tempo inteiro e os que trabalham 45 e mais horas. Têm uma profissão ligada ao ensino, estão posicionados do centro-esquerda à extrema-esquerda, e não seguem nenhuma religião.
Em termos de participação cívica, os membros de uma organização ecologista têm “valores de pertença mais elevados” em Associações Recreativas, Culturais ou Educativas”, seguido de Clubes Desportivos ou Clubes de Actividades ao Ar Livre e, em terceiro lugar, a um sindicato. Estes inquiridos participam menos na Organização de Pensionistas ou Reformados, na Associação de Moradores ou Associação de Desenvolvimento Local.
Já os inquiridos que não são membros de organizações ecologistas optam mais por um Clube Desportivo ou Clube de Actividades ao Ar Livre, por sindicatos e associações do tipo “Associação de Juventude” (ex: Escuteiros, Clubes de Jovens). Em contrapartida, não fazem parte de uma Organização de Defesa dos Direitos Humanos, Pacifista ou Feminista e um número muito residual pertence a uma organização do tipo Associação de Moradores ou Associação de Desenvolvimento Local.
Chegou-se à conclusão que é mais frequente encontrar entre os membros de uma organização ecologista quem, também, pertença ao seguinte tipo de associações: “Clube Desportivo ou Clube de Actividades ao Ar Livre”, “Organização de Defesa dos Direitos Humanos, Pacifista ou Feminista”, “Organização de Solidariedade Social (apoio a idosos, deficientes, crianças, doentes, etc.)”, “Associação Recreativa, Cultural ou Educativa”, “Partido Político”, “Sindicato”, “Organização Socioprofissional”, “Associação de Consumidores ou de Automobilistas” e “Associação de Pais”.

Membros de organizações
ecologístas participam mais

Fica também demonstrado no estudo que é diferente o tipo de relação que membros e ‘não membros’ de uma organização ecologista mantêm com as associações de que fazem parte. Isto porque os membros são os que mais se envolvem nas suas associações. “É mais frequente” encontrá-los entre os que entre os que doem dinheiro, subscrevem abaixo – assinados, participem em reuniões/sessões públicas e manifestações e denuncie situações “irregulares”.
O mestrado chega também a conclusões óbvias: Os membros de uma organização ecologista participam mais nas questões ambientais (nos últimos cinco anos) do que os não membros.
As três formas de participação mais praticadas por todos os inquiridos foram: “Assinou uma petição/abaixo-assinado relacionada com uma questão ambiental”; “comprou deliberadamente certos produtos por razões éticas, políticas ou ambientais”; e “não adquiriu certos produtos de consumo por razões éticas, políticas ou ambientais (porque são produzidos por crianças, utilizam animais na sua experimentação, etc.)”. A assinatura de uma petição foi a mais praticada por todos.
Relativamente às formas menos praticadas, foram os membros de uma organização ecologista quem mais “participou numa manifestação sobre uma questão ambiental” e “contactou jornais, rádios ou televisões”. Já os não membros da organização ecologista apresentam como forma de participação que menos praticam a de dar dinheiro a uma associação ambientalista e o envolvimento numa manifestação sobre uma questão ambiental.
Assim, conclui o estudo, é mais frequente encontrar entre os membros de uma Organização Ambiental Ecologista quem assinou uma petição/abaixo-assinado relacionada com uma questão ambiental; deu dinheiro a uma associação ambientalista; participou numa manifestação sobre uma questão ambiental; fez uma reclamação; uma denúncia ou apresentou uma sugestão junto das entidades responsáveis pelo ambiente (governo ou autarquias); contactou jornais, rádios ou televisões (dar a sua opinião, fazer reclamações e denúncias sobre questões ambientais); comprou deliberadamente certos produtos por razões éticas, políticas ou ambientais e não adquiriu certos produtos de consumo por razões éticas, políticas ou ambientais (porque são produzidos por crianças, utilizam animais na sua experimentação, etc.).

Quem é voluntário na defesa
do ambiente açoriano?

O estudo identificou também o perfil do voluntariado ambiental nos Açores: É exercido essencialmente por homens, com idade igual ou superior a 30 anos, casados ou vivendo em união de facto, com habilitação de nível superior, que exercem a profissão a tempo inteiro, a maioria exercendo uma profissão incluída no grupo dos especialistas, que se posicionam à esquerda (do centro esquerda à extrema-esquerda) e que professam uma religião, mas não são praticantes, que trabalham como voluntários há mais de seis anos e que dedicam, ao voluntariado, em média, até 300 horas anuais. Contudo, apenas houve relações estatisticamente significativa entre o ser voluntário e o posicionamento político.
Em relação ao tempo de permanência no voluntariado, verificou-se que é mais frequente encontrar quem seja voluntário há dez ou mais anos, entre os casados e os que vivem em união de facto e os que têm uma profissão ligada ao ensino.
A principal razão apontada para a realização do trabalho voluntário foi a auto-realização; a segunda, o impacto social; a terceira a solidariedade; e, em último lugar, as experiências em grupo.
Os incentivos que mais satisfazem os voluntários são os relacionados com a participação em outras actividades da organização, descontos e/ou ofertas de publicações, o aparecimento do nome em publicações e a participação em conferências.
Foram detectadas algumas diferenças entre as respostas dos membros e ‘não membros’ de uma Organização Ambiental Ecologista no que diz respeito à confiança na ciência e ao seu papel no mundo de hoje. Assim, é ligeiramente maior a percentagem dos ‘não membros’ que concorda ou concorda totalmente com a afirmação: “Confiamos demasiado na ciência e não o suficiente na fé e nos sentimentos”.
Embora seja um pequeno número, é entre os ‘não membros’ em organizações ecologistas que estão os que concordam ou concordam totalmente com a afirmação “de um modo geral, a ciência moderna causa mais prejuízos do que benefícios”.
Por último, embora seja maior o número dos que acham que não é possível resolver os problemas ambientais apenas recorrendo à ciência, é maior o número dos ‘não membros’ que concorda ou concorda totalmente com a capacidade da “ciência moderna resolver os problemas ambientais alterando pouco o nosso estilo de vida”.

Resíduos sólidos urbanos “é a ameaça
ambiental mais perigosa...”

Foram identificadas diferenças entre a posição dos membros e ‘não membros’ de uma organização ecologista relativamente às ameaças ambientais. Assim, para os membros a principal ameaça é a elevada a produção per capita de resíduos sólidos urbanos associada ao “inadequado tratamento e destino final”, para os segundos é o aumento da temperatura do Planeta causado pelo efeito de estufa. A ameaça menos “escolhida” foi a presença nos Açores de espécies (de fauna e de flora) exóticas. Enquanto a maioria dos membros de organizações ecológicas considera as espécies exóticas “extremamente perigosa ou muito perigosa para o ambiente”, há um número significativo (aproximadamente 1/3) dos ‘não membros’ que a considera pouco ou nada perigosa para o ambiente.
O estudo leva, por fim, à conclusão que é mais frequente encontrar entre os membros de uma organização ecológica quem considere “extremamente perigosa ou muito perigosa, para o ambiente dos Açores, as alterações do uso do solo (arroteias para a criação de pastagens intensivas, etc.); os pesticidas e adubos químicos usados na agricultura; a presença nos Açores de espécies (de fauna e de flora) exóticas, algumas delas invasoras; e a elevada produção per capita de resíduos sólidos urbanos associada ao” inadequado tratamento e destino final.” Ficaram de fora o uso de combustíveis fósseis e o aumento da temperatura do Planeta causado pelo efeito de estufa, “possivelmente por se tratar de assuntos, relacionados entre si, a que a comunicação social tem dado muita ênfase nos últimos tempos”.
Para todos os inquiridos, são os Centros de Investigação das Universidades, seguidos dos grupos ambientais as fontes de informação sobre questões ambientais que “merecem mais confiança”. No pólo oposto, situam-se as empresas e indústrias e os serviços governamentais em que aquela é muito reduzida.
Há coincidência nas acções que poderiam contribuir com mais eficácia para a resolução dos problemas ambientais, tanto nas mais escolhidas como nas menos escolhidas. Assim, para os inquiridos, as acções mais escolhidas foram “aumentar a consciência ambiental”, em primeiro lugar; “fazer cumprir/reforçar a legislação ambiental”, em segundo lugar; e “fazer com que a legislação Nacional e da União Europeia seja mais rigorosa, aplicando multas aos prevaricadores”, em terceiro lugar. Quanto às menos escolhidas, foram “confiar nas iniciativas desenvolvidas pelas indústrias, pelos agricultores, etc.” e “fazer com que todos paguem mais tanto nos impostos como nos preços, etc., para cobrir os custos ambientais”.
Estas opções podem querer dizer que todos os respondentes acreditam mais na acção das pessoas (alteração dos comportamentos individuais) para proteger o ambiente do que nas instituições ou em “imposições” vindas do “exterior”.
Entre as diferentes acções que poderiam contribuir mais eficazmente para a resolução dos problemas ambientais, apenas os ‘não membros’ em organizações ambientais ecológicas escolheram confiar nas iniciativas desenvolvidas pelas indústrias e agricultores.

Autor: João Paz
08 Maio 2011
Fonte: Correio dos Açores

domingo, 8 de maio de 2011

Visita à Quinta da Torre

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Melro-negro



Foto de 30 de Abril de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Cão Comunitário

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O verde lava mais branco


“Todo o ano a agência americana de marketing ambiental TerraChoice faz uma pesquisa para descobrir quantos dos produtos que se declaram verdes são realmente sustentáveis. Em 2010, 95,5% cometiam greenwashing (lavagem cerebral verde), prática em que os danos ambientais dos produtos são escondidos dos clientes.” (Revista Galileu, nº 236, mar. 2011, p. 53)

Fonte:Passa Palavra

terça-feira, 3 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Proteste contra garraiada na Universidade dos Açores


    Fonte da imagem: http://associacao-comtacto.com/?p=50

Vimos apelar a que manifeste o seu desagrado pela utilização de dinheiros públicos na promoção de uma garraiada pela Associação Académica da Universidade dos Açores, enviando um e-mail com o texto abaixo ou com um texto original para a referida associação, para o presidente do Governo Regional dos Açores, para o Reitor da Universidade dos Açores e para a Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.



(Envie um mail para: aaua@uac.pt , dscar@uac.pt, presidencia@azores.gov.pt, bertacabral@mpdelgada.pt e uma cópia para acoresmelhores@gmail.com)



Exmo. Senhor Presidente da Associação Académica da Universidade dos Açores



(Com Conhecimento ao Presidente do Governo dos Açores e ao Reitor da Universidade dos Açores e à Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada)



Foi com alguma surpresa que tomamos conhecimento que a Associação Académica da Universidade dos Açores, com o apoio de dinheiros públicos, uma vez mais vai promover uma “garraiada"

Atendendo a tal actividade nada tem a ver com a cultura do povo micaelense, constituir um desrespeito pela Declaração Universal dos Direitos do Animal que reconhece a necessidade de se respeitar o bem-estar e natureza dos animais não humanos e constituir um mau uso dos dinheiros públicos numa altura em que são conhecidas as dificuldades orçamentais da Universidade dos Açores e tanto os Açores como o resto do território nacional, está a atravessar uma crise económica e social que se traduz no número crescente de desempregados e na dificuldade por que passam as pequenas e médias empresas, vimos manifestar o nosso repúdio pela integração da garraiada na Semana Académica que só pode ser entendida como parte da investida, em São Miguel, por parte de alguns aficionados terceirenses que pretendem popularizar as touradas com o fim único de introduzir nos Açores as touradas picadas e os touros de morte.

Aproveitamos para declarar o nosso compromisso de tudo fazer para denunciar, a nível nacional e internacional, o mau uso dado aos dinheiros públicos para a manutenção de uma indústria decadente que vive do sofrimento dos animais.

Com os melhores cumprimentos


(Nome)


(Localidade para os residentes em Portugal ou País)